Do dia 21 a 28 de agosto, é comemorado a Semana Nacional do Excepcional, ou seja, é um movimento apaeano onde busca a conscientização e o exercício pleno dos direitos das pessoas com deficiência. Sabe-se que a inserção de pessoas especiais na sociedade brasileira ainda há diversos obstáculos.
O preconceito é notório em grande parcela da população, quando percebe sua negação ou coisificação do ser humano com alguma deficiência. Um tabu em pleno o século XXI, que aceitar o “Outro”, o “Diferente” é ainda preciso quebrar correntes que possibilite a aproximação destes e o conheçam a sua essência, a sua forma de viver.
Nessa semana tão especial, quero agradecer a Deus por ter me dado essa filha maravilhosa e linda que tenho, que me ensina diariamente o significado do amor verdadeiro e incodicional, que me mostra as coisas que realmente tem importância nessa vida. Nem dinheiro, nem nada compra o que aprendo com ela com o passar dos dias. Seu sorriso, seu choro, seu beijo, seu toque. Tudo me faz uma pessoa melhor. A sua luta e esforço para melhorar, a sua vontade de aprender, o seu denguinho...
Obrigado Senhor por me dar o melhor presente nessa vida, essa criança que em todos os sentidos é realmente ESPECIAL!!
Parabéns para todas as mamães que também tem uma criança especial, e que assim como eu, são privilegiadas e escolhidas a dedo por Deus!!
Abaixo quer transcrever uma mensagem muito linda que achei em outro blog e que transcreve exatamente como uma mãe de criança especial se sente...faço dela as minhas palavras.
SETE COISAS QUE SÓ MÃES ESPECIAIS SABEM...
1. Eu estou cansada. Ser
mãe e pai já é uma empreitada exaustiva. Mas ser pai ou mãe de uma criança com
necessidades especiais leva as coisas a outro nível de fadiga. Por mais que eu
tenha uma boa noite de sono ou tire um tempo de descanso, há um nível de
cansaço emocional e físico que está sempre ali, que vem simplesmente com o peso
de cuidar dessas necessidades especiais. Visitas a hospitais e médicos não
ocorrem poucas vezes no ano, podem ser até várias vezes em um mês. Terapias
podem ser diárias. Burocracias e contas fazem pilha, tempo livre é usado
pesquisando por novos tratamentos, posicionando minha filha para sentar de uma
certa forma, defendendo-o nos sistemas médicos e educacionais. E isso tudo sem
mencionar a carga emocional de criar uma criança com necessidades especiais, já
que os picos e vales nos parecem muito mais extremos. Sou sempre grata por
qualquer ajuda dos amigos no sentido de facilitar minha vida, não importa quão
pequena, desde organizar meus planos e agenda até olhar minha filha enquanto eu
como.
2. Tenho inveja. Essa
é difícil de dizer e assumir, mas é verdade. Quando eu vejo uma criança de 1
aninho fazer coisas que minha filha não pode fazer aos 4 (como andar), eu sinto
uma pontada de inveja. Dói quando vejo minha filha lutar tanto para aprender a
fazer algo que vem naturalmente para uma criança típica, como mastigar ou
apontar. Pode ser difícil ouvir sobre as proezas dos filhos das amigas. Algumas
vezes, eu só sofro por dentro. “Não é justo”. E mais estranho ainda, eu posso
até sentir inveja de outras crianças com necessidades especiais que parecem ter
menos desafios que a Giovanna, ou que tenham certos transtornos como Down, ou
autismo, que são mais conhecidos e compreendidos pelo público em geral, e
parecem ter mais suporte e recursos que a paralisia cerebral da Giovanna.
Parece pequeno e não diminui toda a minha alegria e orgulho com as realizações da
minha filha. Mas, normalmente, é muito difícil, pra mim, estar perto de
crianças típicas com ela. O que me leva a explicar o próximo ponto…
3. Me sinto sozinha. É
solitário ser mãe de uma criança com necessidades especiais. Posso me sentir
como uma estranha no meio de mães de crianças típicas. Ao mesmo tempo em que
quero ficar feliz por elas, me sinto péssima ao ouvir elas se gabarem das 100
palavras que o filho de 2 anos fala, ou que ele já sabe o ABC (ou até faz cocô
no penico). Bom pra elas, mas isso é tão diferente de como meu mundo se parece.
Tem sido importantíssimo pra minha sanidade mental estar em contato com outras
“mães especiais”, com quem não é desconfortável ou chocante trocar histórias
sobre medicações, alimentação aparelhos e terapias. Mesmo dentro dessa
comunidade, no entanto, há tanta variação no nível de comprometimento de cada
criança. Somente eu entendo a composição e os desafios específicos da Giovanna.
Com essa honra de ser responsável por ela vem a solidão desse papel. Eu,
frequentemente, me sinto realmente sozinha.
4. Eu tenho medo. Eu
me preocupo em não estar fazendo o suficiente. E se eu perdi um tratamento ou
um diagnóstico e aquela janela de tempo ideal para tratar isso passou? Eu me
preocupo com o futuro da Giovanna, se ela um dia vai dirigir um carro, ou se
casar, ou viver independentemente. Eu tenho medo de pensar em como ela vai se
machucar na experiência de “ser diferente” em um mundo que é normalmente duro
(sem mencionar que eu temo pela integridade física de qualquer pessoa que fizer
minha filha sofrer). Eu tenho medo das finanças. Finalmente, eu tenho medo do
que vai ser da Giovanna se qualquer coisa acontecer a mim. Apesar disso, meu
temores diminuíram substancialmente ao longo dos anos por causa da minha fé, e
por causa do contato com outras crianças, adolescentes e adultos afetados pela pela
mesma paralisia da Giovanna. Quando eu conheci algumas dessas pessoas incríveis
na APAE, a tristeza e o desespero que eu estava projetando para a vida futura da
Giovanna (porque era tão desconhecida) sumiram quando eu vi o amor e
prosperidade que eram realidade nas suas vidas. O medo da dor emocional (pra
mim e Giovanna) é, provavelmente, o que permanece mais.
5. Eu gostaria que você
parasse de dizer “retardado”, “mongol”, “desde que seja saudável”… Eu
sei que as pessoas normalmente não tem a intenção de ser rudes com esses
comentários, e eu provavelmente falei isso antes da Giovanna nascer. Mas,
agora, sempre que eu ouço isso, sinto uma pontada de dor. Por favor, pare de
dizer essas coisas. É desrespeitoso e dolorido para aqueles que amam e criam as
crianças de quem você está zombando (isso sem mencionar para as próprias
crianças). E, como último comentário, “desde que seja saudável”, eu ouço
várias mulheres grávidas dizerem isso. Não me entenda errado, eu compreendo e
compartilho seus desejos de bebês saudáveis em cada nascimento, mas isso tem se
tornado um mantra tão impensado durante a gravidez que pode parecer um desejo
contra o que o meu filho é. “E se não for saudável?”. Eu quero perguntar.
(Minha resposta: vai dar tudo certo. Você e seu filho ainda vão ter uma vida
ótima).
6. Eu sou humana. Eu
tenho sido desafiada e empurrada além dos meus limites na criação da minha
filha. Cresci tremendamente como pessoa e desenvolvi um coração mais humano e
uma empatia pelos outros de uma forma que eu jamais minha filha me irrita, e
algumas vezes eu quero só fugir ou ir às compras. Eu ainda tenho sonhos e
aspirações pessoais. Eu estudo, faço faculdade, amo boa comida, falo sobre
relacionamentos. Eu vejo TV, filmes, e gosto de uma boa música. Algumas vezes,
é bom escapar e falar de todas essas outras coisas. E, se parece que eu só falo
desse outro lado da minha vida algumas vezes, é porque pode ser difícil falar
sobre a minha filha. O que me leva ao ponto final…
7. Eu quero falar sobre a
minha filha/ É difícil falar sobre a minha filha. Minha filha é a
coisa mais inspiradora que aconteceu na minha vida. Tem dias em que eu quero
gritar do topo de um prédioo quão divertida e fofa ela é, ou como ela realizou
alguma coisa na escola. Algumas vezes, quando estou tendo um dia difícil, ou
acabei de descobrir outro problema de saúde ou desenvolvimento, eu posso
não falar muito. Eu não compartilho com os outros frequentemente os detalhes do
que eu passo com relação a Giovanna. Mas isso não significa que eu não quero
aprender como compartilhar nossa vida com os outros. Uma coisa que eu sempre
apreciei é quando as pessoas me perguntam algo mais específico sobre a Giovanna
como “Giovanna gostou do passeio?”, ou “como está indo o tratamento de
fonoaudiologia ou ecoterapia da Giovanna?”, ao invés de questões genéricas como
“como está a Giovanna?”, o que pode me fazer sentir tão sobrecarregada que eu
só respondo “está bem”. Começar com os detalhes me dá uma chance de começar a
compartilhar. E, se não estou compartilhando, não pense que não há várias
coisas acontecendo sob a superfície, ou que eu não quero contar.
Criar uma criança com
necessidades especiais mudou a minha vida. Nada muda mais uma ótica humana do
que ter uma doce e inocente criança que possui dificuldades que tornam a vida
comum e a performance normal mais duras ou até impossíveis.
Isso me ajudou a entender que
amor verdadeiro é conhecer alguém (criança ou adulto, com necessidades
especiais ou não) exatamente onde ele ou ela está – sem se importar com como
eles “deveriam” ser. Criar uma criança com necessidades especiais destrói todos
os “deveria ser” que nós idolatramos e construímos nossa vida ao redor e coloca
outra coisa no núcleo: amor e compreensão. Então, talvez isso me leve à última
coisa que você, provavelmente, não sabe sobre uma mãe especial…pode ser duro
pra mim, mas eu me sinto, de muitas maneiras, realmente abençoada.
Copiei de um blog que achei, e
realmente descreve tudo o que penso a respeito da minha filha linda.
Link para o texto original em
inglês: http://www.huffingtonpost.com/maria-lin/special-needs-parenting_b_1314348.html?ref=fb&src=sp&comm_ref=false